sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mr. Cheney: o mórmon que transformou cookies em um negócio milionário

Empresário brasileiro desembarca com sua receita americana em aeroportos e universidades e se prepara para abrir fábrica com capacidade 50 vezes superior à atual

Por Françoise Terzian 23/jan 08:03



Lindolfo Paiva desembarca em maio no Aeroporto de Cumbica - foto divulgação

A exemplo dos mórmons David Neeleman (fundador da JetBlue e da Azul) e Carlos Wizard Martins (fundador do Grupo Multi), o paulistano Lindolfo Paiva também serviu como missionário na juventude. Por um período, realizou trabalho voluntário no Rio Grande do Sul, ao lado do americano Jay Cheney. Anos depois, reencontrou o amigo na Califórnia e descobriu que ele havia se transformado em um autêntico cookieman. Foi assim que Paiva e a mulher Elida criaram, em 2005, a Mr. Cheney, rede especializada em cookies premium e iguarias tipicamente americanas como milk-shake, brownie, panquecas e calda de mapple.

O primeiro endereço foi estratégico: no bairro da Casa Verde, bem ao lado do centro de treinamento missionário. Ou seja, cercado por uma enorme quantidade de jovens americanos ávidos por comer o cookie de casa, grande e com muito recheio, algo incomum no Brasil. O negócio fermentou e, hoje, a Mr. Cheney tem 18 lojas (e alguns quiosques) espalhadas por cidades como São Paulo, Guarulhos, Sorocaba, São José dos Campos, Brasília, Campo Grande e Florianópolis. "Em 2012 eram oito lojas, em 2013 um total de 16 e, até julho, serão 35", conta. 

Até dezembro a previsão é ter por volta de 50. Por conta da expansão da rede de lojas (modelo de franquia), o empresário prepara-se para abrir uma fábrica no Tucuruvi (SP), onde a capacidade instalada será 50 vezes maior que a unidade industrial atual, situada no bairro da Casa Verde (SP).

Além de unidades em shoppings, como o Eldorado (SP), a marca acaba de desembarcar no CENESP (Centro Empresarial de São Paulo por onde passam 22 mil pessoas por dia) e no Aeroporto de Congonhas. A rede já tinha operação no Aeroporto de Brasília. Em maio, é a vez da Mr. Cheney aterrissar no terminal 3 do Aeroporto de Cumbica. No próximo mês, a rede faz sua estreia no campus da Universidade Mackenzie (SP). 




Cookie premium a R$ 4,30 a unidade - foto reprodução


Ao todo, a Mr. Cheney oferece 10 sabores de cookies, a exemplo do triplo chocolate, macadâmia, nozes e com M&M. A unidade custa R$ 4,30. Por dia são vendidos entre 6 mil e 7 mil cookies. Os biscoitos respondem por 70% do faturamento de R$ 4,8 milhões registrados pela rede em 2013. O café, da marca Santo Grão, é outro atrativo para os clientes que também pode consumir ou comprar pasta de amendoim e mapple syrup - em breve oferecidas na versão "marca própria".

Os cookies, garante Paiva, são fabricados por meio de um processo artesanal, com matéria-prima de alta qualidade. "O chocolate, por exemplo, nós compramos da Barry Callebaut", conta.

O futuro? Paiva sonha grande. Ele planeja chegar a 400 lojas e internacionalizar a marca a partir do final de 2015, a começar pela África do Sul e América Latina.

Fonte: Forbes Brasil 
http://forbesbrasil.br.msn.com/blogs/francoiseterzian/post.aspx?post=d43fee0f-6e2d-4fd8-94e7-73b6f7049fa3